A cidade do Rio de Janeiro é pioneira no país no desenvolvimento de um protocolo de calor, com medidas para cada um dos níveis determinados.
NÍVEIS DE CALOR | ATUAÇÃO DA SMS-RIO | IMPACTOS NO SETOR SAÚDE |
NC1 | Preparação | Não há impactos. Foco em garantir que toda rede de saúde tem conhecimento dos protocolos e está pronta para implementação de ações nos níveis superiores. |
NC2 | Monitoramento, Alerta e Comunicação | Aumento do risco para grupos vulneráveis. Intensificação do monitoramento e emissão de alertas. Reforço da comunicação com a população e profissionais. |
NC3 | Monitoramento, Alerta, Comunicação e Resposta | Aumento significativo do risco e previsão de impactos na saúde humana. Intensificação das campanhas de comunicação e das ações de mitigação. |
NC4 | Resposta | Ocorrência de casos graves. Mobilização da rede de saúde para operação dos protocolos com capacidade máxima. Avaliação de suspensão de atividades externas. |
NC5 | Resposta e Reabilitação | Impactos críticos na saúde humana. Avaliação de adaptação e suspensão de atividades não prioritárias e direcionamento dos esforços na proteção e recuperação dos indivíduos afetados pelo calor. |
Os níveis de calor adotados pela Prefeitura do Rio de Janeiro foram definidos a partir da combinação da temperatura média da cidade e da umidade relativa do ar, ou seja, do Índice de Calor. Além disso, foram considerados a previsão do tempo, literatura científica e o histórico de atendimentos de emergência.
O aumento da temperatura média global traz preocupações quanto às consequências para a saúde da população. No município do Rio de Janeiro, em 2023, foram observados os maiores registros contínuos de temperatura desde 2003. Em 2024, a observação já se repetiu, com previsão da ocorrência de cada vez mais eventos climáticos severos.
Danos à saúde
Os principais danos à saúde causados pelo calor incluem:
- Estresse térmico
- Suor em excesso (regula temperatura, mas pode causar desidratação)
- Insolação (pode acontecer inclusive na sombra)
- Alterações no metabolismo (pressão arterial e descompensação cardiovascular)
- Ressecamento de olhos e pele, além de irritação no nariz, em casos de baixa umidade do ar
- Queimaduras
Os sintomas de alerta para o calor extremo são:
- Alucinações
- Convulsões
- Náuseas e vômitos
- Desmaio
- Variações na pressão arterial (pressão muito alta ou muito baixa)
Caso você ou alguém que conheça esteja com estes sintomas, procure imediatamente uma emergência. Confira a lista das unidades municipais em saude.prefeitura.rio/urgencia-e-emergencia
Passou mal por causa do calor? Veja o que fazer:
- Beba bastante água, de preferência gelada, e vá para um lugar fresco.
- Procure refrescar a pele, com borrifadas de água, lavagem do rosto, e compressas frias em áreas de dobra, como o pescoço e axilas.
- Caso tenha sintomas como tontura, fraqueza, sede intensa mesmo após ingestão de líquidos ou dor de cabeça forte e persistente, procure uma unidade de saúde imediatamente.
Grupos vulneráveis
A longa exposição a altas temperaturas pode causar diversos problemas de saúde, principalmente nas populações mais vulneráveis ao calor extremo:
- Idosos
- Crianças
- Portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
- Gestantes e lactantes
- Pessoas em situação de rua
- Pessoas que exercem atividades profissionais ao ar livre
- Desportistas que praticam exercícios vigorosos no calor
- Indivíduos com restrição de mobilidade e acamados
Confira os cuidados que alguns dos grupos vulneráveis devem ter em períodos de alta temperatura:
Idosos
A resposta do corpo ao calor vai mudando conforme a pessoa vai envelhecendo. Pessoas mais velhas podem produzir menos suor para regular a temperatura do corpo e apresentar problemas de saúde preexistentes, como diabetes e hipertensão.
- Ofereça água, mesmo que estejam sem sede
- Verifique se os remédios de uso contínuo estão sendo ingeridos regularmente
- Evite exposição direta ao sol, principalmente nos horários de pico da temperatura
- Mantenha os ambientes ventilados e arejados ou refrigerados com ar condicionado
- Caso esteja com olhos ou narinas secas, lave com soro fisiológico
Gestantes e lactantes
A desidratação e o calor extremo causam alterações fisiológicas na gestação, reduzindo o fluxo sanguíneo no útero e a chegada de oxigênio no feto. Gestantes geralmente apresentam maior temperatura corporal e menor pressão arterial, o que é agravado pelo calor intenso. No caso de quem está amamentando, é necessário beber mais água, uma vez que o leite materno é 90% composto por água.
- Hidrate-se com muita água e coma frutas, legumes e verduras em abundância.
- Preste atenção em sua pressão arterial, e siga tomando remédios de uso contínuo conforme foram prescritos.
- Se precisar sair, não esqueça do protetor solar.
- Utilize roupas frescas, mas que possam fornecer proteção, como boné, chapéu e óculos de sol.
- Mantenha os ambientes ventilados e arejados ou refrigerados com ar condicionado.
Crianças
Bebês e crianças podem não comunicar sintomas, como sede excessiva, diminuição da quantidade de urina, fadiga e irritabilidade.
- O leite materno, especialmente para bebês de 0 a 6 meses, deve ser oferecido sempre que o bebê quiser, e já é suficiente para hidratá-lo. Não é recomendado dar água e outras bebidas ou alimentos nesta idade.
- Evite a exposição da criança ao sol nos dias de muito calor, especialmente das 10h às 16h. Caso seja necessário sair, proteja-o com chapéus e sombrinhas e evite enrolar os bebês em muitos panos.
- Vários banhos ao dia podem ajudar a amenizar o calor, contanto que use sabão neutro.
- Caso o bebê ou criança permaneçam por muito tempo no ar condicionado, fique atento ao ressecamento de suas vias respiratórias. Um umidificador ou balde com água no ambiente ameniza o problema.
- Sempre deixe o recém nascido vestido, com roupas de acordo com a temperatura local.
- Troque a fralda sempre que estiver molhada e limpe a pele para evitar brotoejas e outras reações. O uso de lenços umedecidos não é indicado.
- Não utilize óculos escuros ou loções bronzeadoras em recém nascidos. Lembre-se que sua pele é sensível. Utilize produtos próprios para crianças e siga as instruções do fabricante.
Portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
Condições como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias podem prejudicar a resposta do corpo ao calor, facilitando o complicamento de condições como insolação, ou agravamento das condições prévias.
Os medicamentos de rotina devem ser tomados de acordo com orientação médica, e a atenção para particularidades das doenças crônicas deve ser redobrada. Por exemplo, os diabéticos devem tomar cuidado ao ingerir sucos, e os hipertensos devem ser cautelosos em relação à ingestão de isotônicos.
Faça sua parte: proteja-se
- Hidrate-se com muita água e coma frutas, legumes e verduras em abundância.
- O gelo também ajuda na hora de abaixar as temperaturas, principalmente se enrolado em panos e colocado em regiões de dobra, como atrás do pescoço, axilas e virilha.
- Não deixe de tomar medicamentos de rotina. O calor pode prejudicar mais quem tem hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e outras condições médicas preexistentes.
- Grupos mais vulneráveis a sofrer com o calor e que devem ter cuidado redobrado incluem crianças, idosos, gestantes, trabalhadores ao ar livre e atletas.
- Não esqueça do protetor solar e reaplique de acordo com orientações do fabricante.
- Utilize roupas frescas, mas que possam fornecer proteção, como boné, chapéu e óculos de sol.
- Evite praticar atividades físicas em horários de pico do calor.
- Se possível, permaneça em locais ventilados. Cuidado com choques térmicos, que podem ser causados pelo frio do ar condicionado e o calor da rua.
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas, elas podem provocar a desidratação.
Os animais também precisam de cuidados:
- Evite passeios entre 9h e 16h para evitar queimaduras nas patas do seu amigo e sempre confira a temperatura do solo – as patas dos animais são sensíveis e eles podem se queimar com facilidade. O chão não estará próprio se você encostar a mão e não aguentar o calor por 5 segundos.
- Prefira passeios na grama ou na terra.
- Troque regularmente a água do seu pet – ela precisa estar sempre fresca. Não dê água quente aos bichinhos.
- Vai levar o bichinho na caixinha ou gaiola? Mantenha o objeto em espaços ventilados e com sombra.
- Não deixe as casinhas dos animais no sol.
- Cuidado com correntes de metal – elas podem causar queimaduras.
Caso necessário, procure uma das unidades de atendimento veterinário do IVISA-Rio:
- CJV – Av. Bartolomeu de Gusmão, 1.120 – Mangueira
- CCZ – Largo do Bodegão, 150 – Santa Cruz