A pequena Maya Sofia reestreou o hospital, que reabriu como maternidade em 2024. Crédito: Edu Kapps / SMS
Lágrimas nos olhos, emoção e um bebê. Cena típica de uma maternidade, onde muitas famílias se comovem a cada nascimento. Mas, dessa vez, foi um pouco diferente. A pequena Maya Sofia não nasceu agora, ela foi a primeira insulaninha a estrear o Hospital Maternidade Paulino Werneck (HMPW), há um ano, e, na última quinta-feira (10), surpreendeu os profissionais de saúde que estiveram com ela em seus primeiros momentos de vida. A visita inesperada aqueceu o coração da mamãe, Juliana Mota, que viu todo o amor que a filha recebeu mais uma vez, e trouxe recordações inesquecíveis para quem estava lá, no dia do nascimento da menina.
Maya veio ao mundo às 20h25 do dia 13 de abril de 2024, dia seguinte à reabertura do HMPW, uma antiga reivindicação da população insulana, e foi a primeira nascida na Ilha do Governador em mais de uma década. Por esta razão, a menina é o xodó da sua vizinhança, segundo a mãe. “Quando ela nasceu, a repercussão foi grande, até hoje algumas pessoas lembram da primeira bebezinha que nasceu dentro da própria Ilha depois de anos. E ela gosta, sorri para todo mundo que nos cumprimenta na rua”, conta Juliana, sobre a vida de celebridade da filha.
Quando entrou na maternidade nesta quinta-feira, Juliana foi um misto de emoções. A mamãe disse que estava nervosa quando chegou na unidade para ter a filha em 2024, mas o acolhimento que recebeu foi especial e tudo se dissipou. Sentimento que voltou a ter menos de um mês depois do nascimento. Maya ficou doente antes de completar o primeiro mêsversário, e ficou internada três semanas no HMPW. Os profissionais que cuidaram da menina? Os mesmos que estiveram com ela nos primeiros dias de vida. O carinho? Idem.
O reencontro trouxe muitos sentimentos para a equipe da maternidade. Maya chegou na unidade toda charmosa, “falante”, andando e com vontade de brincar. Era a estrela do Paulino Werneck indo visitar velhos conhecidos. Na hora que as enfermeiras e técnicas viram a pequena, a felicidade tomou conta do espaço.
“A Maya representa o nosso trabalho! Não só trazer pessoas ao mundo, mas cuidar delas. Então hoje, do nada, abrimos a porta e ela está aqui, linda, saudável e começando a andar, não tem coração que aguente! Eu trabalho há 32 anos com neonatal, e a Maya tem um lugar especial para mim”, conta Laise Santos, técnica da UTI neonatal, que não conteve as lágrimas ao ver a bebê.
A surpresa teve direito a parabéns, selfie e até esconde-esconde.
“Não sei como explicar a sensação de voltar à maternidade. Chegar aqui e ser recebida com essa animação, é muito gratificante”, disse a mamãe Juliana, emocionada com o carinho dos profissionais do Paulino Werneck.
A visita teve até disputa entre a equipe, que não conseguiu descobrir quem era a preferida de Maya. Todas na frente da menina, chamaram sua atenção para ver em qual direção ela ia, mas no fim, correu e se jogou para um abraço grupal. “Eu não imaginava que nosso primeiro bebê estaria aqui hoje. Só disseram que tínhamos uma surpresa de um ano da maternidade “, diz Jhully da Luz, técnica de enfermagem, depois de tirar mil fotos com Maya.
Hospital Maternidade Paulino Werneck
O Hospital Maternidade Paulino Werneck foi inaugurado em 12 de abril de 2024, para atender uma demanda antiga dos moradores da região, que agora contam com uma unidade inteiramente dedicada à atenção materno-infantil e à saúde da mulher. A maternidade oferta atendimento individualizado em todos os ciclos da gravidez e do puerpério (45 dias após o parto), além de serviços ginecológicos disponibilizados pelo Sistema de Regulação (Sisreg). Em um ano, já realizou mais de 11 mil atendimentos e atendeu mais de 5 mil pacientes. Só de partos já foram mais de 800.
A maternidade é referência para mulheres que fazem o pré-natal nas sete unidades de Atenção Primária da região, as clínicas da família Assis Valente, Dona Maria Sebastiana de Oliveira e Wilma Costa; e os centros municipais de saúde Madre Teresa de Calcutá, Necker Pinto, Newton Alves Cardoso e Parque Royal. Conta com uma sala de observação do Cegonha Carioca, onde as gestantes que fazem acompanhamento na rede de Atenção Primária podem conhecer o local onde darão à luz. Presente em todas as maternidades municipais do Rio, o programa também distribui às futuras mamães o enxoval para o bebê e disponibiliza uma ambulância exclusiva para buscá-las em casa na hora do parto.
A maternidade tem 16 leitos obstétricos, dois leitos de UTI Neonatal, quatro leitos de cuidados intermediários e dois leitos canguru (destinados a recém-nascidos prematuros), duas salas de centro cirúrgico e centro obstétrico com três suítes de PPP (pré-parto, parto e puerpério), uma delas com banheira.
O hospital dispõe ainda de lactário, radiologia, sala de acolhimento e classificação de risco, núcleo de regulação, central de esterilização, setor de hemoterapia, serviço de ultrassonografia, serviço de apoio especializado (psicologia, assistência social e nutrição), farmácia, almoxarifado, faturamento, epidemiologia, comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) e núcleo de segurança do paciente. A unidade também oferta serviços em ginecologia, como laqueadura tubária no pós-parto e para pacientes inseridas no Sisreg, já tendo realizado mais de 700 laqueaduras em um ano.
