
Representantes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) participaram, nos dias 25 e 26 de outubro, do 8º Encontro Nacional da Rede Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS), em Brasília. Promovido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), o evento reuniu 50 autoridades das esferas municipal, estadual e federal para discutir ações que visem reduzir as consequências da violência armada nos serviços de saúde, educação e assistência social.
Desenvolvido em parceria com o CICV, o AMS tem o objetivo de proteger a vida dos colaboradores de serviços essenciais e assegurar o direito da população ao atendimento em áreas conflagradas. O protocolo prevê medidas de prevenção conforme classificação de risco, como a suspensão das atividades externas no território (nível amarelo) e a interrupção total dos trabalhos da unidade (nível vermelho). A metodologia também propõe um conjunto de boas práticas a serem observadas em toda a rede, como o treinamento permanente de profissionais para avaliação de riscos e gestão de estresse, definição de rotas seguras e pontos de encontro nas unidades, entre outros.
O Rio de Janeiro foi o primeiro município do Brasil a aderir ao Programa Acesso Mais Seguro, em 2010. Desde então, a estratégia chegou a mais sete cidades (Fortaleza, Vila Velha, Salvador, Duque de Caxias, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre). Para o subsecretário de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SMS, Renato Cony, o grande mérito do AMS foi conceder aos gestores locais autonomia para tomar decisões com base no conhecimento prático da realidade de cada território.
“Na Saúde, levamos o Acesso Mais Seguro à introdução dos profissionais de saúde que são contratados para a Atenção Primária. Na sua primeira semana de ambientação, os profissionais têm contato com o Acesso Mais Seguro, com o protocolo, e eventualmente são convidados a participar do comitê gestor local”, pontuou Cony em encontro com gestores. “É importante mostrar que a Prefeitura dá suporte para que os profissionais tomem decisões que visem a sua segurança, para que ninguém sofra nenhum tipo de violência.”
Sustentabilidade e ampliação
Ao longo de dois dias, as entidades participantes compartilharam experiências e descobertas, bem como propostas para garantir a sustentabilidade do programa e ampliar seu impacto, com a articulação de diferentes atores da gestão pública. Pela primeira vez, um Encontro de Comunicadores discutiu também métodos de abordagem do AMS na comunicação junto à população, com participação de Paula Fiorito, coordenadora da assessoria de comunicação da SMS.
“Estamos comprometidos em continuar trabalhando no desenvolvimento de recursos técnicos avançados, garantindo que os parceiros tenham as ferramentas necessárias para implementar eficazmente o programa AMS, promovendo assim uma prestação de serviços públicos mais segura e eficiente”, pontuou Karen Cerqueira, coordenadora da AMS no CICV do Brasil.
O AMS também visa fortalecer a resiliência dos profissionais de serviços públicos. Em todo o Brasil, foram mais de 40 mil profissionais treinados e 1,5 mil unidades de serviço treinadas, com mais de 4 milhões de pessoas beneficiadas. A reunião da Rede Acesso Mais Seguro foi encerrada com o lançamento da websérie “É mais do que se vê”, produzida pelo CICV com parceiros de Fortaleza e Rio de Janeiro, sobre os impactos da violência armada na educação.
Veja mais:
- AMS em números: https://www.icrc.org/pt/document/brasil-ams-em-numeros
- Sobre AMS: https://www.icrc.org/pt/document/brasil-acesso-mais-seguro
- Mais informações: https://www.icrc.org/pt/document/e-mais-do-que-se-ve