
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro deu início nesta quinta-feira (02/10) a uma operação de fiscalização em bares, restaurantes, supermercados, casas de show, quiosques e demais pontos de venda de bebidas alcoólicas da cidade. A medida busca prevenir possíveis casos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica cuja presença em bebidas adulteradas já provocou internações e óbitos em outros estados brasileiros. Até o momento, não há casos notificados de intoxicação por metanol no município do Rio.
As vistorias estão sendo realizadas pelo Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (IVISA-Rio), com apoio do Procon Carioca. As ações incluem verificação de notas fiscais, investigação da procedência das bebidas — principalmente destilados — e coleta de amostras para análise laboratorial, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além da atuação nos pontos de venda, a SMS emitiu alerta à rede pública e privada de saúde para que casos de intoxicação sejam imediatamente notificados.
No primeiro dia da ação, 20 equipes percorreram estabelecimentos nos bairros da Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste; Leblon, Gávea, Botafogo, Copacabana e Ipanema, na Zona Sul; e Tijuca, na Zona Norte. Até o fim da tarde, 61 estabelecimentos foram inspecionados e três deles interditados por falta de asseio. Foram feitas a inutilização e coleta de amostras de bebidas com rotulagem inadequadas.
“Essa situação com o metanol é gravíssima. Por isso, estamos iniciando uma fiscalização muito rigorosa nos pontos de venda de bebidas da cidade. Também já orientamos as unidades de saúde, públicas e privadas, para que estejam preparadas para notificar e tratar rapidamente qualquer caso suspeito. A mensagem é clara: não haverá tolerância em casos de adulteração das bebidas e presença de metanol”, afirma o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
A ingestão do metanol pode provocar intoxicação grave, mesmo em quantidades pequenas. Entre os sintomas mais comuns, estão desmaios, visão turva e convulsões, que podem surgir horas após o consumo.
Em caso de suspeita, a orientação é procurar uma unidade de saúde imediatamente, já que, quanto antes o atendimento começar, maiores as chances de reversão do quadro. O tratamento pode incluir a administração de antídotos específicos, realizada dentro do ambiente hospitalar e sob monitoramento médico.