
Diagnóstico precoce salva vidas, principalmente em casos como os de hepatites virais. Dia 28 de julho é celebrado o dia mundial da luta contra a doença e, nesta data, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro busca reforçar a importância da prevenção. No Rio, o tratamento contra a doença está disponível em todas as 240 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), com vacinação, testes rápidos e dispensação de medicamentos.
A hepatite viral é uma inflamação no fígado causada por vírus. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as do tipo A, B e C e cada uma delas tem suas particularidades. Na maioria das vezes a hepatite viral não apresenta sintomas, mas quando presentes, se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
O município do Rio oferta testagem rápida para hepatites virais B e C e vacinação para as hepatites A e B. A retirada de medicamentos para tratamento das hepatites virais B e C está disponível em 17 unidades municipais dispensadoras. Os avanços no tratamento e diagnóstico no SUS foram essenciais para a redução de casos notificados nos últimos anos.
A hepatite A é de transmissão fecal-oral, por água e alimentos contaminados ou contato pessoal com pessoas infectadas e está diretamente relacionada às condições ruins de saneamento básico, higiene e tratamento da água. Ela pode ser prevenida lavando bem as mãos e alimentos e consumindo água filtrada e fervida. O tratamento é feito apenas com o uso de remédios para os sintomas apresentados. A principal forma de prevenção desta hepatite é com a vacinação, disponível no SUS, preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações. Crianças menores de 5 anos e pacientes a partir de 1 ano, pessoas usuárias de PREP, pacientes com doença hepática crônica, imunodeprimidos e na presença de outras doenças específicas, conforme protocolo do Ministério da Saúde, podem e devem se imunizar.
Já no caso da hepatite B, o vírus se apresenta no sangue e em secreções, classificando a doença como uma infecção sexualmente transmissível, podendo também ocorrer transmissão vertical em gestantes (de mãe para o bebê). Os sintomas podem se manifestar ou não, podendo ser totalmente assintomática. Na maioria dos casos ocorre a cura espontânea, porém uma parcela dos pacientes pode apresentar a forma crônica da doença e evoluir para cirrose e câncer de fígado quando não tratados. O tratamento é feito com medicação por via oral e o paciente deve permanecer em acompanhamento médico regular. A melhor forma de prevenção é a vacinação, associada ao uso de preservativos, disponibilizados gratuitamente nas unidades básicas de saúde.
A hepatite C tem como principal forma de transmissão o contato com sangue, por meio da transfusão de sangue ou hemoderivados contaminados, drogas injetáveis ou inaláveis e compartilhamento de material cortante não esterilizado, podendo também ser sexualmente transmitida. A doença se torna crônica em 80% dos casos e na maioria das vezes é assintomática. O município do Rio chegou a registrar 1.089 casos de hepatite C em 2015. Nos anos seguintes, o número de casos reduziu, chegando a ter registro de 716 casos em 2023, e 448 até junho de 2024. Com a introdução das chamadas drogas de ação direta (DAA), o tratamento para a hepatite C foi simplificado, tendo seu tempo de duração reduzido (de 12 a 24 semanas dependendo do estadiamento da doença no diagnóstico), além de ser bem tolerado e ter alta taxa de resposta, levando a cura.
A vacinação contra as hepatites A e B está disponível nas clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados por toda a cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e do Super Centro Carioca de Vacinação unidade Campo Grande, localizado no ParkShoppingCampoGrande, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.