
Médica de família e comunidade da Atenção Primária à Saúde, Marilia Luttenbarck Batalha de Almeida é a primeira profissional preparada para atender a população no tratamento de hepatite C, no município do Rio, como parte do processo de descentralização do tratamento para a doença no SUS.
Marília participou, de 4 a 7 de outubro, do XXVIII Congresso Brasileiro de Hepatologia, em Campinas, onde apresentou os resultados da pesquisa que desenvolveu sobre hepatites virais ao lado de outros profissionais. Marília é médica de família e comunidade e trabalha na equipe de Consultório na Rua (CNAR) no Centro do Rio. O produto do estudo mostra a prevalência das hepatites virais na população atendida pela equipe do CNAR da região.
Antes da descentralização do tratamento de hepatite C, a doença era tratada por especialistas após o diagnóstico feito na clínica da família. Hoje, esse serviço envolve muitos profissionais e equipes multidisciplinares, aumentando o alcance da população. Outro avanço foi a disponibilidade de testes rápidos que podem ser feitos nas 238 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), e a distribuição de medicamentos em várias unidades da cidade.
Segundo o estudo, a taxa de positividade das hepatites B e C nos usuários do CNAR da equipe baseada na CF Nélio de Oliveira é maior do que a taxa de todo o município.
– Estamos aumentando o acesso dessa população à saúde. Não há deslocamento e a pessoa já conhece toda a equipe multidisciplinar que fará o acompanhamento -, diz Marilia, ressaltando a importância da descentralização do tratamento para a doença no SUS.
A capacitação, que teve duração de oito semanas, aconteceu no Centro Especializado em Infectologia Valda do Borel, que fica na Praça da Bandeira, na Policlínica Hélio Pellegrino. O projeto de descentralização foi idealizado pela Gerência de Hepatites Virais, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.