Um presente de esperança para as mamães de recém-nascidos internados na UTI neonatal do Hospital Maternidade Fernando Magalhães: um coral formado exclusivamente por crianças que também já passaram pela UTI neonatal e agora, saudáveis e crescidas, retornaram à unidade para uma apresentação especial de Dia das Mães. A ação foi organizada com todo carinho pelos profissionais da unidade, com objetivo de mostrar às famílias que hoje passam pela tensão da internação que o futuro pode reservar muita coisa boa para seus filhos, no momento em situação tão frágil e delicada.
Maria Alice, de 5 anos, Mariano, de 4, e os trigêmeos Luan, Lucas e Maria Eloá, de 5, emocionaram as famílias presentes no auditório da unidade nesta sexta-feira (12), antevéspera do Dia das Mães. As mães das cinco crianças, que já enfrentaram esse período difícil após o nascimento, levaram uma palavra de esperança para as mulheres que ainda aguardam o momento tão esperado de alta dos seus filhos.
Maria Alice foi a primeira a chegar e estava bastante animada para cantar no coral. A pequena nasceu no dia 20 de junho de 2017, de 26 semanas, e ficou 116 dias internada na UTI neonatal. Apesar de a criança ter tido três paradas cardiorrespiratórias, a mãe Aline Prates nunca perdeu a esperança e lembra do apoio que recebeu da equipe durante esse período complicado: “Fui muito acolhida pela equipe. É muito bom estar aqui hoje e poder dizer para essas mães que vai dar tudo certo”.
Lucielma de Almeida, de 41, é mãe dos trigêmeos nascidos no dia 3 de maio de 2018. Apesar de terem ficado apenas alguns dias internados após o nascimento, a mãe relata que foi um período difícil, mas está superando a cada dia. Para as mães que estão hoje com seus filhos na UTI, ela pede que tenham paciência para superar esse momento: “Que elas sejam fortalecidas e abençoadas com muita saúde para seus filhos”.
O pequeno Mariano, nascido no dia 28 de fevereiro de 2019, não precisou passar pela UTI, mas a mamãe, Juliana Góes ficou três dias internada antes de dar à luz, por conta de uma hipertensão. Pela condição da mãe, o bebê ficou sendo monitorado e chegou a ter um problema cardíaco ainda na barriga, mas após o parto Mariano reagiu bem e teve alta. Sobre a vivência na maternidade, ela conta que teve muita troca com outras mães. Isso a fez se conscientizar sobre doação de leite materno e ela se tornou doadora por quase um ano. Ela deixou uma mensagem de esperança para as mães da UTI neonatal: “No momento que estamos no olho do furacão, parece que nunca vamos sair da situação, mas tudo passa. Assim como os momentos bons, os ruins também vão passar”.
A organizadora do evento, a técnica Regina Celi realiza trabalhos de sensibilização e humanização com as mães. Ela conta que esse acolhimento é muito importante para acalmar as mães nesse momento tão difícil: “Esse evento é para essas mães entenderem que existe uma luz lá na frente e que esse é o caminho, que nada dura para sempre, nem a dor, para que elas tenham esperança”.