Prefeitura inicia estudo com vacina contra a dengue em Guaratiba

  • Início
  • Prefeitura inicia estudo com vacina contra a dengue em Guaratiba
Publicado em 16/02/2024 - 13:26  |  Atualizado em 25/06/2024 - 12:42
Imunizante será aplicado em 20 mil moradores da região, historicamente afetada pelo vírus / Fotos de Edu Kapps/SMS

A cidade do Rio inicia nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, o estudo com a vacina contra a dengue na região de Guaratiba, na Zona Oeste da cidade. Realizada em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prevê a imunização de 20 mil moradores da localidade na faixa etária de 18 a 40 anos e com cadastro ativo em uma das 10 unidades de Atenção Primária da região, que foi escolhida para o estudo pelo histórico de registrar muitos casos da doença. A aplicação da vacina será feita de forma escalonada e os primeiros a serem atendidos serão os usuários elegíveis cadastrados no CMS Mourão Filho, no bairro de Barra de Guaratiba. 

A região de Guaratiba tem cerca de 67 mil moradores na faixa etária cadastrados na Atenção Primária. Como a pesquisa trabalhará com 20 mil pessoas, foi adotado como critério de definição dos participantes o mês de nascimento. Foi realizado um sorteio e selecionados os meses de maio, agosto, outubro e novembro. Assim, os moradores da região de Guaratiba (bairros de Guaratiba, Barra de Guaratiba, Pedra de Guaratiba e Ilha de Guaratiba) com idades entre 18 e 40 anos nascidos nos quatro meses sorteados estão aptos a participar da pesquisa, exceto se estiverem gestantes ou amamentando, se tiverem contraído dengue nos últimos seis meses, se tiverem problemas de imunodepressão ou se receberam hemoderivados nos últimos três meses. A relação das pessoas elegíveis a participar da pesquisa (data de nascimento, iniciais dos nomes e cinco primeiros números do CPF) está publicada em https://riosemdengue.prefeitura.rio/guaratiba/. A participação é voluntária.

“Essa já é uma vacina reconhecida pela Anvisa, já foi testada e teve sua eficácia comprovada. Aqui, queremos quantificar essa eficácia e observar como essa vacina vai se comportar nas características da população brasileira. Esses estudos são importantes sempre que uma vacina nova é introduzida. Em 2021, por exemplo, fizemos pesquisas semelhantes na Ilha de Paquetá e na Maré com a vacina contra a covid-19 e, graças às evidências que levantamos, pudemos colaborar com a tomada de importantes decisões sobre a introdução de doses de reforço”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, acrescentando: “O relatório da pesquisa de Paquetá foi disponibilizado com toda transparência para o Ministério da Saúde e para órgãos de pesquisa e o do estudo de Guaratiba também será, para que todo o conhecimento gerado aqui esteja acessível e possa ser usado em benefício da população.”

A secretária nacional de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente, Ethel Maciel, ressaltou que o estudo de Guaratiba, com a faixa etária de 18 a 40 anos, vai auxiliar o Ministério da Saúde na tomada de decisão para ampliação de faixa etária, que no momento, para a vacinação nacional, contemplará a população de 10 a 14 anos: “O estudo vai auxiliar também a Organização Mundial da Saúde, pois as evidências científicas que serão geradas aqui no Brasil poderão influenciar na tomada de decisão em nível internacional. Essa é a faixa etária em que temos o maior número de casos no Brasil e no mundo.”

“É importante destacar que o Brasil é o primeiro país do mundo a utilizar essa vacina, essa tecnologia, numa estratégia de saúde pública. O mundo inteiro está olhando para o que estamos fazendo”, completou o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Eder Gatti. 

 

Participantes passarão por exames e serão acompanhados

A vacinação no CMS Mourão Filho, para os usuários elegíveis cadastrados na unidade, seguirá até o dia 23 de fevereiro. No dia 24 iniciará em outras unidades da região. O cronograma com as datas em que cada unidade será contemplada será divulgado posteriormente. 

Antes de iniciar a imunização, os participantes preencherão o formulário de consentimento, responderão a um questionário com dados de saúde e farão um exame de sorologia, que determinará quais deles já tiveram contato com algum sorotipo do vírus da dengue. A vacina será aplicada em esquema de duas doses com intervalo de 90 dias entre elas, totalizando 40 mil doses. A aplicação da primeira dose corresponde à etapa inicial do estudo. Na segunda fase, os participantes completarão o ciclo de imunização exatos três meses após receberem a primeira dose. A pesquisa terá a duração total de dois anos, período em que os participantes serão acompanhados e os cientistas colherão informações de casos, hospitalizações e óbitos para observar a diferença de comportamento do vírus entre vacinados e não vacinados.

“O objetivo dessa pesquisa é gerar novas evidências científicas sobre a vacinação contra a dengue e verificar a efetividade e a segurança da vacina no contexto da nossa população, que já teve contato com os vírus da dengue, da zika e da chikungunya. Nas avaliações da vacina realizadas tanto pela Organização Mundial da Saúde quanto pelo Ministério da Saúde, e que embasaram sua incorporação no programa de imunização, houve a recomendação para a realização de estudos de larga escala com a vacina, como estamos fazendo agora”, explica o infectologista José Cerbino Neto, que coordena o estudo de Guaratiba e também conduziu o trabalho realizado na Ilha de Paquetá (“PaqueTá Vacinada”) em 2021. 

 

Sobre a vacina Qdenga

Fabricada pelo laboratório japonês Takeda, a vacina Qdenga foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec), do Ministério da Saúde, e incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é feita com o vírus vivo atenuado e interage com o sistema imunológico de modo a provocar uma resposta semelhante à gerada pela infecção natural. 

O imunizante confere proteção contra os quatro subtipos do vírus da dengue existentes (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4) e por isso deve ser aplicado inclusive em quem já teve a doença

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é o órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável por reformular e executar a política municipal de saúde e, como gestora plena do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, garantir o atendimento universal da população, conforme os preceitos do SUS. É a SMS que, diante do conhecimento das características e demandas próprias da população carioca, organiza as prioridades da saúde pública da cidade, dentro do que é previsto nas políticas públicas e serviços ofertados pelo SUS.

 

  • ENDEREÇO DO ÓRGÃO:
    Rua Afonso Cavalcanti, 455 – 7º andar
    Cidade Nova – Rio de Janeiro/RJ
    CEP: 20.211-110

    HORÁRIO DE ATENDIMENTO:
    Dias úteis
    9h às 17h (Ouvidoria)

    ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
    (e-mail exclusivo para a imprensa)
    ascomsms@gmail.com

  • DÚVIDAS, SERVIÇOS, INFORMAÇÕES OU DENÚNCIAS:
    ligue 1746 ou (21) 3460-1746, quando estiver em uma cidade com o código de área diferente do 21.

    PORTAL:
    www.1746.rio

    LINKS ÚTEIS

    prefeitura.rio

    coronavirus.rio

Pular para o conteúdo