A UPA está fechada desde o dia 30 de setembro, após ter sido invadida durante a madrugada por homens armados que sequestraram dois pacientes. Crédito: Fabio Motta/Prefeitura do Rio
O prefeito Eduardo Paes anunciou, neste sábado (18/10), durante visita à UPA Costa Barros, que a unidade será reaberta no dia 27 de outubro. Ela está fechada desde o dia 30 de setembro, após ter sido invadida durante a madrugada por homens armados que sequestraram dois pacientes, além de vários outros episódios de violência que ameaçaram a integridade dos profissionais de saúde e dos pacientes. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já cobrou das forças de segurança do Estado providências para que a unidade possa funcionar sem riscos para as equipes e os usuários.
“A UPA será reaberta no dia 27. Conversei com o governador Cláudio Castro hoje pela manhã e ele, mais uma vez, reafirmou o compromisso das forças de segurança pública na proteção, sobretudo dos profissionais da unidade. Quero deixar um recado muito claro: a Prefeitura não vai deixar de prestar serviço público em nenhum lugar da cidade. É inaceitável que esses vagabundos fiquem ameaçando profissionais de saúde e prejudicando o atendimento à população. O recado é muito claro: volta dia 27 e vamos aproveitar para fazer algumas reformas. Tem tema em que não há diferença entre Prefeitura e Governo do Estado. Esse aqui é um compromisso do Estado Brasileiro de não permitir que esses episódios se repitam”, afirmou Eduardo Paes, acompanhando do vice-prefeito Eduardo Cavaliere e do secretário de Saúde, Daniel Soranz.
Na última semana, a SMS vem fazendo os preparativos para que a UPA Costa Barros possa ser reaberta. Câmeras de monitoramento foram instaladas dentro e na fachada da unidade. Também estão sendo feitas manutenções de equipamentos e substituição de insumos com prazo de validade próxima, além de outros produtos perecíveis.
A UPA Costa Barros é uma das unidades da cidade que mais tem sofrido com o impacto da violência. Além da invasão de 30 de setembro, recentemente o carro de uma médica foi atingido por tiros quando estava estacionado em frente à unidade. Também houve sequestro de uma ambulância com profissionais de saúde, que foram levados para dentro da comunidade, granadas deixadas nas proximidades, entre outros episódios que põem em risco as vidas não só dos funcionários, mas também dos pacientes. Este ano, até setembro, 78 pessoas baleadas foram levadas para atendimento na UPA Costa Barros, quase o dobro do registrado em todo o ano passado e praticamente o triplo em relação a 2023. Por causa de toda essa situação, vários profissionais já pediram desligamento.
Desde 2023, a SMS tem enviado ofícios para as secretarias de Estado de Segurança Pública e de Polícia Militar pedindo providências de garantia de segurança para o funcionamento das unidades públicas de saúde, tanto as de urgência e emergência quanto às de Atenção Primária, que ficam dentro das comunidades. Somente este ano, por 782 vezes alguma clínica da família ou centro municipal de saúde precisou fechar em razão da violência armada nos territórios, e por 1.991 vezes houve interrupção dos atendimentos externos.
Após a invasão do Hospital Municipal Pedro II, na madrugada de 18 de setembro, e da UPA Costa Barros, menos de duas semanas depois, novos ofícios foram enviados à Secretaria de Estado de Segurança Pública, ainda sem resposta.
