
Crianças e adolescentes atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) disputaram, nesta segunda-feira (26/05), o Campeonato de Futebol da RAPS Carioca, na Vila Olímpica do Encantado, Zona Norte da cidade. Ao soar do apito e a bola rolar em campo, as torcidas ficaram animadas, cantando em coro e erguendo cartazes alusivos aos seus jogadores favoritos. Pais e responsáveis de pacientes de saúde mental da rede municipal acompanharam as partidas.
O campeonato de futebol da RAPS Carioca está na sexta edição, promovido pelo Centro de Convivência e Cultura Trilhos do Engenho, equipamento que faz parte do RAPS da Zona Norte, no Instituto Nise da Silveira. O trabalho das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) nesses espaços é direcionar assistência integral e humanizada para os pacientes de saúde mental.
No início, em 2013, a competição contava apenas com times de CAPS da região de Engenho de Dentro e adjacências. Logo o campeonato conquistou todos os pacientes de saúde mental da rede municipal e, em 2017, os times de CAPS de outras regiões da cidade começaram a se inscrever. Este ano o campeonato bateu o recorde de número de inscritos, totalizando 26 times de todas as regiões da cidade, sendo seis de CAPSi que entraram em campo nesta segunda-feira (26).
Para Thales Miguel de Abreu, de 18 anos, o jogo da RAPS é só o começo de um sonho: ser um dos melhores goleiros do mundo, assim como seu ídolo, Taffarel.
“Eu gosto muito de futebol e sempre via jogos do Taffarel pela televisão e me apaixonei. Já vi todas as defesas dela na Copa de 94. O meu sonho é ser goleiro e, quem sabe um dia, pela seleção brasileira. E eu também já joguei futsal, então eu pego muitas táticas pra cá também”, conta o sonhador Miguel, exibindo com orgulho as luvas usadas para defender o gol do CAPSi João de Barro.
Além de bem-estar e saúde mental, o campeonato evidencia a paixão do brasileiro pelo futebol. Toda a rede de atenção psicossocial tem oficinas de futebol o ano inteiro.
“O campeonato de futebol foi pensado para fortalecer a potência da rede de atenção psicossocial no Rio de Janeiro, usando do esporte como principal ferramenta de inclusão e cuidado em saúde. E a participação do CAPSi vem nos mostrar o quanto o brincar, praticar esportes e a convivência são tecnologias de cuidados cada vez mais necessárias ao desenvolvimento destes jovens”, explica Thiago Gonçalves, psicólogo do Centro de Convivência e Cultura Trilhos do Engenho e idealizador do projeto.
No final das partidas, todos os jogadores levaram para casa uma medalha pela participação no campeonato. E a tão sonhada taça, ficou com o CAPSi Maninho, seguido pelo CAPSi Pequeno Hans. E o terceiro lugar ficou com o CAPSi Visconde de Sabugosa, que disputou com o CAPSi João de Barro.