Doação de leite humano: um ato que salva vidas

Publicado em 20/05/2024 - 13:50  |  Atualizado
Bancos de maternidades municipais beneficiam bebês internados nas UTIs neonatais - Foto: Edu Kapps/SMS

No Hospital Municipal Mariska Ribeiro (HMMR), a servidora pública Isabel Rangel, de 38 anos, encontrou o lugar certo para realizar um ato transformador na sua vida e na vida de outras mães: a doação de leite materno. Em um gesto de gratidão ao apoio que recebeu dos profissionais do banco de leite da unidade durante a amamentação da pequena Júlia, Isabel decidiu doar seu leite excedente para outros bebês na unidade neonatal, na maternidade onde deu à luz, no dia 4 de novembro de 2023. Para marcar o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, celebrado no dia 19 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro promoveu um encontro entre Isabel e uma das receptoras.

O Banco de Leite tem a função de armazenar e ofertar leite humano ordenhado pasteurizado (LHOP) aos recém-nascidos internados em UTI neonatal, que por algum motivo não podem ser alimentados pelas próprias mães, além de atendimento para apoio e orientação para o aleitamento materno. Cada pote de 300 ml de leite pode ajudar até 10 recém-nascidos. O leite doado passa por todo processo de controle de qualidade para disponibilização de acordo com a necessidade de nutrição de cada criança internada, com qualidade certificada.

“Para que seja um alimento seguro, o leite doado precisa passar pelo processo de pasteurização e, no final, são retirados 4 ml de cada frasco pasteurizado e colocados em estufa bacteriológica, onde fica armazenado por 48 horas. Após esse tempo, se estiver apto é liberado para a UTI neonatal, de acordo com a necessidade de cada recém-nascido. Toda mulher saudável e apta, se ela tiver boa produção de leite, tiver excedente, pode doar. Sempre vamos precisar. Uma gota de leite humano faz a diferença na vida de um recém-nascido. Estamos doando nutrientes, alimento natural e também anticorpos”, diz a nutricionista do banco de leite do Hospital Mariska Ribeiro, Patricia Meirelles.

A doadora Isabel entende a importância do ato como algo que vai ajudar outras mães e que não lhe custa. Após o nascimento de Júlia, na própria maternidade onde doa, a mamãe de primeira viagem enfrentou desafios na amamentação devido a um problema de língua presa da recém-nascida, que exigiu o apoio dos profissionais do banco de leite humano para garantir o bem-estar e a nutrição adequada da bebê durante a amamentação. Com a solidariedade e generosidade pulsando dentro de si, Isabel, que já é doadora de sangue, de plaquetas e de órgãos, se questionou: “por que não ser doadora também de leite?”.

“Eu gosto da ideia da doação, não me custa nada e faz tanta diferença para outras pessoas. Me sinto super bem e espero que mais pessoas tenham acesso a esse benefício. Ter ciência que tem alimento disponível para o seu filho, quando é o único alimento que ele pode ter, ainda mais no SUS. Na gestação, quando vi que já estava produzindo leite, eu já tinha a ideia de doar, e quando descobri que aqui tinha o banco de leite e que seria muito mais simples do que eu imaginava, se tornou uma certeza. Se você puder, doe! Vai ajudar a você mesmo a ter uma ótima produção de leite e faz muita diferença. Não precisa ser uma megaprodução, dá pra ser em qualquer quantidade, em poucos minutinhos do seu dia”, conta.

A generosidade de doadoras como Isabel não apenas apoia as necessidades de outras crianças, mas também cria um vínculo de compaixão e apoio mútuo entre as famílias que compartilham experiências semelhantes. Na última terça-feira (14/05), Isabel teve um encontro emocionante com Natália Alegre, de 31 anos, que deu à luz Bernardo, há quatro dias, que desde então está na UTI neonatal. Por estar em uma incubadora, a mãe não conseguia segurá-lo para amamentar e Bernardo precisou de leite do banco para se manter forte e bem. Após o encontro, as duas mães se conectaram de forma recíproca e já começaram a trocar experiências da maternidade.

“Foi muito emocionante! É uma mãe que ajudou o meu filho na hora em que ele mais precisava para se alimentar, e recebeu a doação dela”, conta Natália.

Isabel também compartilhou seu sentimento: “Fiquei muito emocionada! É muito simbólico e eu espero que essa mãe se sinta abraçada.”

Banco de leite

A Secretaria Municipal de Saúde conta com 38 postos de coleta em unidades de Atenção Primária (centro municipais de saúde de clínicas da família), que distribuem as doações semanalmente para os sete bancos de leite da rede municipal. O banco do Mariska Ribeiro é o maior da rede, com capacidade para armazenar 2 mil litros de leite humano e já coletou mais de 40 litros de leite desde a sua abertura, em agosto de 2023. A unidade já realizou mais de 1,4 mil partos este ano, em média 351 por mês. Segundo a médica responsável pelo banco de leite da unidade, Noemia Meyohas, o leite materno é o mais apropriado para todos os bebês, traz a nutrição adequada para um desenvolvimento mais satisfatório.

“A maior vantagem do leite doado é garantir uma nutrição adequada aos bebês da UTI neonatal, que não podem se alimentar da própria mãe. Nós queremos proporcionar a esses bebês o que eles podem ter de melhor e, com isso, reduzir também os índices de infecção e de dias de internação hospitalar. Se o leite vier da mãe, melhor ainda, mas às vezes ela não consegue, por algum motivo, por isso é importante a doação. Muitas vezes, uma mãe que vai pra casa percebe uma produção muito grande de leite e não sabe o que fazer, ela busca ajuda na unidade e acaba se tornando doadora. Nós tentamos sempre fazer com que essas mães entendam a importância desse ato”, diz a médica.

Mulheres saudáveis que ainda amamentam, produzem quantidade excedente de leite e não utilizam nenhum medicamento que contraindique o aleitamento materno podem se tornar doadoras. Também é possível ajudar doando potes de vidro com tampa para o armazenamento do leite. Para encontrar o banco de leite ou ponto de coleta mais próximo da sua residência, acesse: https://saude.prefeitura.rio/doacao-de-leite-humano/.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é o órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável por reformular e executar a política municipal de saúde e, como gestora plena do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, garantir o atendimento universal da população, conforme os preceitos do SUS. É a SMS que, diante do conhecimento das características e demandas próprias da população carioca, organiza as prioridades da saúde pública da cidade, dentro do que é previsto nas políticas públicas e serviços ofertados pelo SUS.

 

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