
O Centro de Inteligência Epidemiológica – CIE, inaugurado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio há cerca de um ano, poderá servir de inspiração para o Governo Federal. Os primeiros passos para uma cooperação técnica com o Ministério da Saúde para levar a experiência a nível nacional foram dados nesta quinta-feira, dia 20, durante o I Simpósio Científico de Vigilância em Saúde, realizado pela SMS no Museu do Amanhã, no Centro do Rio.
O CIE é um desdobramento do Centro de Operações de Emergência (COE COVID RIO), criado em 2021 para planejar, organizar, coordenar e monitorar as ações de enfrentamento à pandemia na cidade.
“O CIE é um legado do enfrentamento à covid-19 e se tornou referência, recebendo inúmeras visitas nacionais e internacionais. Agora estamos tratando com o Ministério da Saúde para levar a experiência para nível nacional. O simpósio desta quinta-feira marca um primeiro ano de muito trabalho com resultados significativos e sinaliza que podemos fazer ainda mais”, destacou o secretário Municipal de Saúde, Rodrigo Prado.
O diretor de Programa da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mauro Sanchez, também comentou a iniciativa.
“O trabalho do CIE é uma inspiração para o sistema que estamos montando no Ministério da Saúde. Vim para o Rio de Janeiro não só para participar do evento, mas para avaliar a possibilidade da cooperação com a Secretaria Municipal de Saúde e replicar a estrutura do Rio para nível nacional, de acordo com as especificidades do Ministério da Saúde”, informou.
O Simpósio
Com o tema Inteligência Epidemiológica e o Futuro da Saúde Pública, o I Simpósio Científico de Vigilância em Saúde reuniu, na manhã desta quinta-feira (20), especialistas e trabalhadores da rede de vigilância em saúde para discutir os últimos avanços nesse campo, com ênfase em aspectos da epidemiologia descritiva, modelagem preditiva e vigilância genômica.
“A história do CIE é formada por muitas pessoas e podermos nos reunir hoje com tantas delas, que muito contribuíram nesse primeiro ano, é uma oportunidade ímpar de discutir os avanços e desafios. A inteligência epidemiológica busca auxiliar na condução de ações e a Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Saúde entenderam a importância disso e investiram no CIE, dando todo o apoio necessário para nos tornarmos referência nacional”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Gislani Mateus.
A mesa de abertura, sobre “Inteligência Epidemiológica Aplicada aos Serviços do SUS”, foi composta pelo secretário Rodrigo Prado; pelo subsecretário de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde, Renato Cony; pela superintendente Gislani Mateus; por Mauro Sanchez; e pelo coordenador da Unidade Técnica de Preparação, Vigilância e Resposta a Emergência e Desastres da OPAS, Alex Roswell.
Além da troca de experiências, discussão de ideias, foram apresentados os produtos e ferramentas elaborados pela equipe do CIE para instrumentalizar a rede de vigilância em saúde, como a plataforma digital EpiRio – Observatório Epidemiológico do Rio. A ferramenta de acompanhamento epidemiológico, que pode acessada pelo link https://epirio.svs.rio.br/, reúne diferentes painéis de monitoramento, como arboviroses, nascimentos e mortalidade, coberturas vacinais, doenças e agravos, monkeypox, covid-19, entre outros materiais técnicos com informações estratégicas sobre saúde pública.
Também participaram do evento a professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, Claudia Medina; o pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Leonardo Bastos; a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz, Paola Resende; e o professor da Escola de Matemática Aplicada da FGV e coordenador do Global Research and Analysis for Public Health da Universidade de Genebra, Flávio Codeço.
Sobre o CIE
O CIE tem como princípios a integração, inovação, tecnologia e transparência. As informações geradas pelo centro servem para auxiliar na tomada de decisões da SMS, desenvolver ações para a prevenção e controle de doenças, atuar na resposta às emergências e na vigilância de casos de doenças e agravos de notificação compulsória, surtos e óbito, planejar e implementar as ações de vacinação.