Leptospirose

É uma doença infecciosa febril de início abrupto, causada por uma bactéria, com quadro clínico que pode variar desde um processo sem sintomas até formas graves, com alta letalidade que pode chegar a 40% dos casos. A fase precoce da doença corresponde à maioria dos casos (90 a 95%) e, quando leve, é frequentemente diagnosticada como síndrome gripal, virose, influenza ou dengue, pela similaridade dos sintomas apresentados. Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, nos casos mais graves.
A bactéria causadora da leptospirose possui grande capacidade de sobrevivência no meio ambiente (até 180 dias), e uma ampla variedade de animais suscetíveis que podem servir como reservatórios. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados. Em períodos de chuvas mais intensas, aumenta a possibilidade de disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, aumentando a incidência dos casos.
A infecção humana é causada pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente de roedores, em que a bactéria pode penetrar através da pele com presença de lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. Os sintomas podem aparecer entre 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias) após a exposição a uma situação de risco.
A leptospirose humana apresenta manifestações clínicas muito variáveis, com diferentes graus de severidade, variando de formas assintomáticas e subclínicas a quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes.

 

Definição de caso suspeito

Indivíduo com febre, cefaleia e mialgia, que atenda, a pelo menos, um dos seguintes critérios:

 

Critério 1

Presença de antecedentes epidemiológicos sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos sintomas, como:
• Exposição a enchentes, alagamentos, lama ou coleções hídricas;
• Exposição a fossas, esgoto, lixo e entulho;
• Atividades que envolvam risco ocupacional, como coleta de lixo, catador de material para reciclagem, limpeza de córregos, trabalho em água ou esgoto, manejo de animais, agricultura em áreas alagadas;
• Vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial;
• Residir ou trabalhar em áreas de risco para a leptospirose.

Critério 2

Apresente, pelo menos, um dos seguintes sinais ou sintomas:
• Sufusão conjuntival;
• Sinais de insuficiência renal aguda;
• Icterícia e/ou aumento de bilirrubinas;
• Fenômeno hemorrágico.

IMPORTANTE:

• A leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil. Tanto a ocorrência de casos suspeitos isolados como de surtos deve ser notificada o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações de vigilância epidemiológica e controle.
• Estão indicadas medidas de proteção individual para trabalhadores ou indivíduos expostos ao risco, através do uso de equipamentos de proteção individual, como luvas e botas.
• Em períodos de grandes chuvas é importante evitar entrar ou permanecer desnecessariamente em áreas alagadas ou enlameadas sem a devida proteção individual; adotar as medidas de desinfecção de domicílios após as enchentes; descartar os alimentos que entraram em contato com águas contaminadas; verificar se o tratamento da água de uso doméstico está adequado.
• Medidas para controle de roedores são indicadas, principalmente em áreas endêmicas sujeitas a inundações. No Município do Rio de Janeiro existe uma equipe que realiza este serviço e pode ser acionada Disque Cidadão através do número 1746 da Prefeitura ou pela internet no Portal do Cidadão.

 

Dados Epidemiológicos – 1996 a 2011

 

Para acesso às informações atualizadas a partir de 2012 sobre Leptospirose consulte os Painéis Epidemiológicos no EpiRio

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é o órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável por reformular e executar a política municipal de saúde e, como gestora plena do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, garantir o atendimento universal da população, conforme os preceitos do SUS. É a SMS que, diante do conhecimento das características e demandas próprias da população carioca, organiza as prioridades da saúde pública da cidade, dentro do que é previsto nas políticas públicas e serviços ofertados pelo SUS.

 

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