Hanseníase
O que é?
É uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria (bacilo) chamada Mycobacterium leprae. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos de hanseníase. Na cidade do Rio de Janeiro, ocorrem em torno de 300 casos da doença a cada ano. A hanseníase afeta a pele e os nervos periféricos e se não for diagnosticada e tratada, pode levar a severas deformidades físicas. Pessoas de qualquer idade ou classe social podem ter hanseníase. É importante identificar a doença o quanto antes, para evitar eventuais sequelas.
Sintomas
Os sintomas incluem lesões com alteração de sensibilidade na pele. Essas lesões geralmente não incomodam o paciente, pois não há sensibilidade: elas não coçam, não ardem e não doem. O paciente pode apresentar áreas com falhas de pelos no corpo, perda das sobrancelhas e nariz frequentemente entupido e sem pelos, também. Fisgadas e sensações de choque nos cotovelos e tornozelos podem ser comuns.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, feito dentro do consultório médico pela avaliação da sensibilidade das lesões de pele e da alteração de nervos periféricos. O médico avalia se o paciente consegue ou não diferenciar entre as sensações de frio e calor, de toque ou de dor nas lesões da pele. Quando ocorre alteração de sensibilidade, geralmente a primeira alteração é a térmica, seguida da dolorosa e finalmente da tátil.
A doença, se diagnosticada e tratada precocemente, não causa sequelas, por isso é importante estar atento ao aparecimento de manchas e alterações de sensibilidade. Porém, se o paciente demorar a procurar a unidade de saúde, pode evoluir para incapacidades físicas devido às alterações em nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. Isto se manifesta em impossibilidade para fechar os olhos, incapacidade para sentir corpos estranhos no olho, cegueira, deformidades e feridas em mãos e pés e outras alterações. Tudo isso causa um grande impacto na vida social, na capacidade de trabalho e na dependência das pessoas para desenvolver as suas atividades diárias.
A pessoa doente, que não esteja fazendo tratamento, pode transmitir a hanseníase pelo ar quando fala e respira em contato rotineiro ou constante e prolongado com outras pessoas que são suscetíveis a adoecer. Portanto, não se transmite a doença pelo compartilhamento de objetos como talheres, computadores, roupas de cama ou banho. Também não se adquire a hanseníase somente por estar em ambientes públicos como cinemas, praças, salas de espera de consultórios ou ônibus, pois é necessário que o contato seja rotineiro e prolongado, como o daquelas pessoas que moram com ou que estejam em contato muito próximo e prolongado com o doente.
Sabe-se que 90% da população mundial é naturalmente imune à doença. Os demais 10% podem adoecer de duas formas clínicas diferentes: a forma paucibaciliar (com poucos bacilos) ou a forma multibacilar (com muitos bacilos). Apenas pessoas com a forma multibacilar são capazes de transmitir a doença.
Tratamento
O tratamento é feito com uso diário de comprimidos em casa e uma dose supervisionada mensal (6 ou 12 doses, dependendo da forma clínica da doença) que deve ser tomada na presença de um profissional de saúde (médico/enfermeiro). Todos os medicamentos são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem custo adicional para a população em tratamento. Os indivíduos que estejam em contato frequente e prolongado com a pessoa com hanseníase também devem procurar as unidades de saúde (centros municipais de saúde e clínicas da família) para serem examinadas. Para obter a cura é necessário completar todo o tratamento.
A pessoa com hanseníase não precisa de isolamento – pode e deve seguir uma vida normal, realizando suas atividades diárias e mantendo o convívio com sua família e amigos.
Os doentes param de transmitir a hanseníase logo nas primeiras doses do tratamento