
Não nos intimidaremos com acusações.
Os números falam por si: só este ano, fomos obrigados a fechar 516 vezes unidades de saúde por motivos de segurança. E, agora, um hospital de alta complexidade foi invadido, colocando pacientes e profissionais em risco.
Para tentar contornar essa situação, a Secretaria Municipal de Saúde usa um protocolo de guerra da Cruz Vermelha Internacional. É a forma que temos de garantir o acesso de saúde da população, com um mínimo de segurança para profissionais e pacientes. Mas é um absurdo que a violência no Estado continue impactando sobre os serviços públicos e a população.
Não aceitaremos naturalizar que criminosos armados entrem em hospitais, ou que tiroteios ocorram em frente a postos de saúde. Não podemos nos calar diante de uma situação que só se agrava, custando vidas e impedindo o cuidado de quem mais precisa.
O que vemos hoje é o resultado de uma política de segurança desestruturada, que abandona territórios e deixa a população refém da violência. A saúde resiste, mas precisa de um Estado presente e forte.
Está em todos os jornais, mas a Secretaria Municipal de Saúde enviou hoje, especialmente para a Secretaria de Estado de Segurança Pública, relatório atualizado com o dia e a hora em que cada unidade de saúde foi obrigada a interromper o atendimento por motivos de segurança, além da localização dos principais pontos de venda de crack na cidade.
Não existe “cracolândia” sem venda de crack. Com um mínimo de inteligência investigativa, é possível identificar de onde vem a droga e interromper o abastecimento que alimenta esse cenário de degradação social.
A população tem direito à informação e à proteção. E nós não vamos nos calar diante da omissão de quem deveria garantir segurança e ordem.