
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), em suas maternidades municipais, tem realizado ações para combater a prematuridade na cidade. A oferta de pré-natal de alto risco, por exemplo, aumentou consideravelmente e o tempo de espera da primeira consulta desse procedimento conseguiu ser reduzido de 96 para 26 dias. Nesse Dia Mundial da Prematuridade (17/11), no mês conhecido como “Novembro Roxo”, os dados destacados reforçam os impactos dos serviços especializados que garantem o crescimento e o bem-estar desses pacientes.
Quem está sob acompanhamento da equipe da Maternidade Municipal Leila Diniz é o pequeno Pedro Lucca. Internado na UTI Neonatal, o sétimo filho de Maraize Mello nasceu em 09/11 na unidade. Com 32 semanas e quatro dias, a mãe passou por uma gestação de risco por conta de pressão alta, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. O que a ajudou a enfrentar esse período sensível foi o Método Canguru, forma de colocar o bebê no peito da mãe ou do pai para estimular o vínculo emocional e o aleitamento materno.
“É todo um trabalho psicológico que a equipe tem com a gente e com os bebês. Tive total apoio e isso me deixou segura. Mesmo ele na incubadora, pude pegá-lo e foi um sonho realizado. Você começa a sentir que é mãe”, revelou Maraize Mello.
A menina Cecília Rocha, primeira filha de Nathália Rocha, também está internada na UTI Neonatal da unidade. A mãe teve a gestação, à época, em sete meses, interrompida por conta do diagnóstico de síndrome de Hellp, um transtorno por conta da baixa de plaquetas. Nascida em 23/09, desde então Nathália faz questão de estar presente todos os dias no hospital. “Minha expectativa é, daqui a três semanas, estarmos em casa. Eu vou pensar positivo, porque quero passar o Natal com ela em casa”, deseja Nathália Rocha.
Método Canguru e banco de leite estão entre tratamentos disponíveis para prematuros no Rio
Em 2022, a taxa de partos prematuros correspondeu a 15,6% na rede municipal, proporção dentro da média esperada. Para a diretora do Departamento Neonatal da Maternidade Leila Diniz, Patrícia Campanha, é necessário estar atento à segurança da gravidez. As recomendações são para adoção de hábitos de vida mais saudáveis, controle de doenças crônicas, realização de pré-natal e tratamento de infecções como hipertensão e diabetes, dois principais fatores da causa de parto prematuro. A médica enfatiza também que o Método Canguru e o banco de leite são tratamentos disponibilizados pela rede municipal do Rio de Janeiro.
“O novembro roxo é o mês de sensibilização para prematuridade, e o tema neste ano é o contato pele a pele imediato para todos os bebês em todos os lugares. Estamos falando dos benefícios para esse recém-nascido, em curto e longo prazo: a redução da mortalidade, menores taxas de infecção, aumento nas taxas de aleitamento materno, diminuição no tempo de internação hospitalar, maior estabilidade clínica e melhor desenvolvimento neurológico”, explicou Patrícia Campanha.
Rio dispõe de 11 maternidades municipais e uma Casa de Parto
Ao todo, na rede da SMS-Rio, estão disponíveis 684 leitos obstétricos, 124 leitos de UTI Neonatal, 152 leitos de UCINCo (Unidade de cuidado intermediário convencional) e 39 leitos de UCINCa (Unidade de Cuidados Intermediários Canguru) em 11 maternidades municipais e uma Casa de Parto. O superintendente de Hospitais Pediátricos e Maternidades da SMS, Márcio Ferreira, esclarece que há a criação de ambientes favoráveis na evolução do bebê que nasceu prematuro. Chamado de cuidado desenvolvimental, a preocupação é com o ganho de peso e o avanço semana a semana.
“Os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os médicos neonatologistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais proporcionam um amparo ao bebê e à mãe. A unidade neonatal garante o controle da luminosidade e do som. A incubadora vai ter uma temperatura e umidade calculados de acordo com a idade gestacional, o pequeno vai ser posicionado de maneira a delimitar os movimentos para produzir neurônios mais sadios, assim como a musculatura corporal”, complementou o superintendente Márcio Ferreira.
O intuito é favorecer o crescimento saudável desse bebê nos primeiros mil dias de vida, que vai influenciar nos períodos posteriores: a fase infantil, adolescência e na forma adulta. O Dia Mundial da Prematuridade relembra a valorização do atendimento pautado na humanização e individualidade do recém-nascido.